ALÉM DA JANELA

 

Você diz que eu não posso,

Sair dos destroços,

Dos ossos do ofício,

Da difícil realidade,

Da intimidade com o precipício,

Que eu não posso criar asas, voar...

Desafiar a gravidade,

Que eu não passo do mesmo lugar.

Você diz e eu te entendo até,

Você leva a vida como ele é,

Se conforma com a travessia,

Limitada, desalada, normal,

Eu não! Eu vivo entre o real,

E a balsâmica fantasia,

A poesia me completa,

Deixa minha alma repleta

De possibilidades,

Voar é uma delas,

Eu posso, eu voo além da janela,

Que emoldura o meu olhar,

Eu posso, eu sou poeta,

Sou um ser transcendental,

O firmamento é o meu quintal.

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Jacó Filho

LEVITANDO EM VERSOS

 

Derramo essências divinas,

Quando em versos, levito.

Pras cidades e campinas,

Levo amor nos escritos.

Nas orelhas, uns puxões,

Pra políticos ladrões,

Jogo a cada esquina.

Porque no bem, acredito,

Derramo essências divinas,

Quando em versos, levito.