Estranha

De olhos fechados deitada - a deusa

Beijada pelo sol no arrepio de um dia,

Comendo os ares e bebendo os astros

Nua, constrói seu pecado em poesia.

Dança no paralelo entre o chão e o céu

Cabelos nos olhos e no equador,

Da janela se enxerga, se ver bem maior

Pintando paisagens do que acabou.

Louca? Insana? Mulher? Lunática?

Desviada do real, amante do abstrato.

Nas curvas se perde do que está por perto,

De longe se encontra em autorretrato.

Estranha se mete num mundo inventado

Prefere o pecado de coisas fugidias.

Estrelas, cometas, pessoas e amor,

Só assim que completam sua alma vadia.

Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 20/12/2022
Código do texto: T7675851
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