A SALVAÇÃO DA NAU

A nau balouça ante o mar encrespado,

O céu está escuro e agourento.

O vento silva açoitando as velas,

Nao se vê as estrelas no firmamento.

Rajadas de chuva, dura tempestade,

As velas são só tiras de pano.

O mastrame não tarde a dobrar-se

Ante a tirania do tempo soberano.

A rota agora é o que menos importa.

O imperativo é não sucumbir

Ante a severa turbulência

Que nos próximos dias há de vir.

E nesse pedaço ínfimo de esperança,

A vista prescruta ávida a ilusão.

Enquanto as imensas ondas nos atinge,

Um átimo de luz de salvação.

O implacável vento segue o açoite,

No costado que resiste bravamente,

No tombadilho sôfrego destino,

De toda desesperançosa gente.

Oh! Deus! Será que abandonaste teus filhos?

As mãos ensanguentadas se seguram,

Mas logo o olhar não terá brilho.

E pela noite escura segue a nau

Enquanto escorre pelo rosto a ilusão.

De que a tempestade logo acabe

E que chegue enfim a salvação.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 12/01/2023
Código do texto: T7693459
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