A SALVAÇĀO DA NAU II

Dias e dias e a tormenta

Implacavel não arrefece,

A angústia só aumenta

Enquanto a agonia recrudece.

As ondas nos atinge inclemente

Enquanto a nau resiste

A tanto açoite insistente,

Só a escuridão em volta existe.

A voz quer gritar: não sai o grito,

Ecoa na tormenta o lamento.

Busca-se socorro no infinito

Que atenue tanto sofrimento.

Será dia? Será noite?

As horas passam como eternidade.

Dias! Tantos dias de açoite,

Deus! Insuportável essa atrocidade.

Estendo a mão aonde a vista alcança,

Buscando frágil luminosidade.

Vã e inútil busca de esperança.

Parece inevitável a eternidade.

Pai, por que abandonaste teus filhos

Nessa agonia desmedida?

A nau escorre entre vagas

Que nos remetem para outra vida.

Será esse o nosso destino?

Açoitados pelo tempo implacável?

Ou veremos outra vez o sol,

Com o fim desse sofrimento interminável?

A nau suporta firme a tormenta.

Acoite implacável e sem fim.

Mas, até quando? Se lamenta:

Até quando, Deus? Aí de mim.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 13/01/2023
Código do texto: T7693989
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