CLÍMAX DA VIDA
Sinto-me como uma águia de asas cortadas
Um beija-flor em brumas
Um mar sem farol
Uma lua minguando
Uma formiga em desalinho
Um sol em eclipse
Um golfinho sem furor
Uma orquestra desafinada
Quando procuro o maná do universo, o clímax da vida.
Sinto-me num labirinto torvelinho
Numa ilha de areia movediça
Numa cadeira de espinhos...
Observo por frestas de uma câmara escura
Vejos cores derretidas
Tento achar grãos dispersos...
Meus olhos parecem meras lentes embaçadas.
Percebo então que nada acharei com os olhos
Mas com os pés.