Buscai o fogo da vida

No vale verdejante onde o hálito do sol se põe,

Vislumbro um mundo além de minhas retinas.

Como plumas, seres dançam calmas sobre esquinas,

Enquanto a noite envolve o fruto que se decompõe.

Ouço murmúrios dos rios em seu fluir constante,

Vozes de ventos ancestrais que passam por mim.

As estrelas cintilantes, como joias divinas e amantes

Iluminam-me e guiam-me pelos vales de Abel e Caim.

Na escuridão sutil, seres e sensações ocultos emergem,

Anjos e demônios que vagam e habitam este e a todo lugar.

Uma pantera negra, com olhos brilhantes resplandecem

Um ruído sem alma, sem sombra, mas com graça singular.

Os ramos das árvores contam às pedras as histórias

Dos dias gloriosos, dos mistérios, do pranto e da dor.

Cada folha que cai é um poema escrito e perdido

Que ecoa sobre os rios, enchendo o coração de amor.

Sigo os rastros dos sonhos que se desfazem

Nas margens do tempo, onde o espaço se curva,

Onde querubins voam em asas incandescentes,

E os demônios vagueiam e sua fúria se aguça.

Nas entranhas da noite, as cores se misturam,

Revelando a beleza oculta da silenciosa escuridão.

Como um poeta aflito, capturo ruídos e momentos

Com palavras que ecoam na eternidade da canção.

Ó alma inquieta, como desejas tanto brilhar e voar

Pelos mares e areias do tempo e pelos céus bradar!

Contemplai o infinito, afagai o mistério a se desvelar

E deixai que o fogo da vida te inspire a viver e amar.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 19/05/2023
Código do texto: T7792336
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.