o rio cibernético das palavras (ou as pedras cibernéticas do rio)

nesse rio o silêncio não floreja em som,

- como apregoava Kabir -

mas arrasta pedras

e conchas e pérolas

- que são como vaga-lumes no meio da tempestade de relâmpagos

e silenciosos trovões virtuais... -

tentei segurar a maré mas uma onda me cuspiu na cara

e eu fiquei de cara ao ver a deusa Fala espumando sua ira

causando desavença e dor

entre os atiradores de pedras

rio abaixo ou rio arriba

para o fundo

toda pedra ajuda

então eu guardei minhas pedras

e fui saindo de fininho

confessando a minha culpa

Lia de Oliveira
Enviado por Lia de Oliveira em 24/12/2007
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