Olhos d'alma

" Sobre a essência,

transparente e mundana,

caminham flores ilusórias

e depreciadas pela chama;

E nas entranhas não há mais rima

que me faça perecer.

Os olhos são como fagulhas estranhas

que queimam os desmazelos de meu ser.

Não são mais meus estes olhos,

estes seres já tão cretinamente

em mim arraigados,

embora estejam já nas víceras

tão profundamente imaculados.

Não sei mais a que drama vive

a minha imperfeição.

Não sei mais por que minha vida insana

é regida por tanta ilusão.

E é este mesmo drama ilusório

que tanto incomoda aos meus.

Devo abandoná-los, então, estes

mesmos olhos ensinados por Deus? "

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 09/01/2008
Reeditado em 09/01/2008
Código do texto: T810354