Olhos d'alma
" Sobre a essência,
transparente e mundana,
caminham flores ilusórias
e depreciadas pela chama;
E nas entranhas não há mais rima
que me faça perecer.
Os olhos são como fagulhas estranhas
que queimam os desmazelos de meu ser.
Não são mais meus estes olhos,
estes seres já tão cretinamente
em mim arraigados,
embora estejam já nas víceras
tão profundamente imaculados.
Não sei mais a que drama vive
a minha imperfeição.
Não sei mais por que minha vida insana
é regida por tanta ilusão.
E é este mesmo drama ilusório
que tanto incomoda aos meus.
Devo abandoná-los, então, estes
mesmos olhos ensinados por Deus? "