Andrômeda
Me culpam pela falácia de Cassipeia
Ninfas orgulhosas apontam-me o dedo
Entregam-me ao monstro
A comer-me a virgindade sem peia
A que eu viva em degredo
Pela beleza que, sem culpa, demonstro
Vale-me Perseu
Que rompe a letargia das águas
Encara a inveja das ninfas em mágoas
E salva-me tomando o que é seu
Desposa-me e apossa-se das curvas
Agita as águas turvas
E jorra o sêmen dos Titãs maiores
Nas minhas coxas de tantos ardores
Por direito, por glória
Torna-me a única de sua história
Andrômeda, a tão mais bela, eu.