Nós, Outros

Busco, de olhos abertos, a saída,

Mas a pé não há, Ícaro, nenhuma;

Fecho os olhos então e não há nenhuma

Asa para a Morte, última saída.

Apenas o caminho há sem saída

De, perdido, encontrar-me, sem nenhuma

Pessoa senão uma; sem nenhuma

Além da Segunda, única saída.

Ufano da procura do Segredo,

Perscrutei-te, rico ego, e achei um pobre outro

Num belo fosso, num forte osso seco.

O que acho em mim senão o claro segredo

Que ocultar busca, em vão, eu, tu, nós do Outro

- eco perfeito deste oco urro seco?

Aleister Dostoiévski
Enviado por Aleister Dostoiévski em 09/12/2005
Código do texto: T83244