Imensidão

nada se configura em congruentes indefinições

minha vida é um lago largo largado logo ali no paraíso

contrariei madonas e capetinhas nas esquinas de andrômeda

milhões de anãs brancas pigarreiam ao passar de cometas encarnados

e posso brincar de deus distribuindo luzes em buracos negros

digo não às segregações secretadas de enfermos paladares

meu delirante individual passeio pelos pulsares me deixou sem ares

impregno-me de odores e sabores em toda a singularidade de mim

complementam-me coleópteros em visões quânticas ensteinianas

nada se empacota em quantas probabilisticamente mágicas

as areias cáusticas de outros desertos se invaginam de poesias solares

todas as notícias comentam e todas as teorias fomentam a vida

embelezam tristezas e determinam caos emergentes de todos os pretéritos

minha postergada aparição matutina materializa-me um primário preterido

em última instância desviando-me de meteoritos incubados além carma

meus sonhos astrais se combinam com todas as matérias

em universos paralelos parafraseando anti-matérias

para eu me encantar com todos as poesias e canções

em expansão derivada no limite da noite eterna

do poeta sonhador de cores e muito mais

uma viagem de ida e volta a todos os espaços

destilados e descortinados desta poesia irreal

Carlinhos Pink
Enviado por Carlinhos Pink em 11/12/2005
Código do texto: T84280