Cerberus

Como ele, em suas múltiplas cabeças

e essas cobras enrodilhadas no pescoço,

deixas que entrem na porta do inferno,

que adentrem ao mundo dos mortos

com suas mentiras de poço,

em suas ciladas do interno,

em sua desfaçatez de quebra-cabeças.

Junta os corpos das fêmeas

no seu copo

e os bebe em sua fúria,

tira-lhes o sangue, por luxúria,

e ri o seu riso debochado.

És como o demônio que guardas,

tens a alma pérfida das vagas

a alimentar-se das perdidas

a vomitar seu pútreo nas bandidas

nas invenções dos seus domínios insanos,

fodendo como fodem os devassos,

mentindo em cada linha dos seus traços,

atraindo em armadilha quem lhe resiste,

causando tristezas e danos,

sem saberes que, enfim,

és tu quem perdes, por fim,

com tantas mentiras,

fazes da tua vida rasgo e pequenas tiras,

és miragem, não existe.

Angelical
Enviado por Angelical em 07/02/2008
Reeditado em 08/02/2008
Código do texto: T849674
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