No camino do desencontro
Eu que sou tantas vezes eu
Tantas vezes cansado
Tantas vezes chato
Reclamando
Falando
Pensando
Sendo apenas eu
Que deixou de aprender
Que se deixou levar pelo momento
Eternamente pelo mesmo momento
Se deixou por deixar
Por estar
Sentado
Esperando.
Quando quase acabou
Acordado
Chorando
Sempre, e tantas vezes eu.
Quanto desata o nó da garganta
Sem desatar
Jogando fora
Não vê
Não aproveita
Quando se perde, se aperta
Se esvazia e sofre
Pelo amor de se sentir vivo.
Quando o sofrimento se torna alegria
Se torna dúvida
Se afoga num amr de aguás amargas
Prendendo a língua em outras bocas.
Juntando o corpo com o infinito.
E a alma descendo pelo ralo da pia.
Pingando o suaor
Esvaindo o peito
O Coração
o Sangue
Daquelas épocas desaparecidas nas novas vivências!
Despejando palavra atrás de palavras
Numa ordem confusa e inconcisa
Sem rimas nem versos
Mas entendendo a alma
Como arma
Como ar
Sendo o que és
Despejando sua falta num mesmo caminho
E sendo deque falo
E porque calo
Não caio
E subo
E perco o caminho
E não me reconheço sozinho
A sós no escuro
De um mundo preto, branco e azul anil
Sendo tantas vezes eu
Só eu!