Memórias de um Morto
No caixão onde deito minhas memórias,
lá, pessoas eram marionetes cansadas de atuar.
A frieza com que se mata é apenas vestígios relutantes.
A vida corre solta.
A vida vive de dor e alegria.
Cria vida sem espaço e nem pede licença.
No caixão onde meus olhos descansam,
meus pensamentos voam soltos pelo cemitério.
O Cordeiro lavou os pecados.
As pessoas são sangue cansado de correr sem corpo.
A vida corre nas veias, ninguém vê.
Só o sangue salvará...
(CaosCidade Maravilhosa, 2005 - feito indo para escola no ônibus.)