Velando-me
Quando chegar a hora de meu corpo
Descansar e do meu espírito
Pleno ficar, não quero choro
Nem velas.
Quero meus amigos, amantes, parentes e amado
Façam uma fogueira ao luar
E bebam absinto até ficarem loucos
E etílicos.
Etéreos.
Não pretendo que rezem ou orem, tão pouco chorem!
Quero que dancem com meu cadáver e com ele
Ainda façam orgias sacras.
Quero que beijem meus lábios sem dor
E que amem meu corpo gélido sem pudor.
E depois antes da aurora cegar os olhos
Cantem músicas boêmias e numa grande pira
Assistam o fogo consumir o corpo daquela
Que sempre viveu as chamas carnais.
Das cinzas...sei lá, tanto faz!
Você saberá o que fazer amado único.
Pode comer, cheirar, se lavar com elas.
Sou tua!
Só não podem vocês, meus amigos amantes,
Esquecer de mim!
É uma ordem.
E que eu goze em paz.
Amém...