Árvore Infrutífera

-Bela árvore à margem do Caminho,

Eu ordeno que agora hás de secar.

Pois eu venho em busca do teu fruto

E tu nada pudeste demonstrar.

-Senhor, Senhor, um pouco de paciência...

Atenta p'ra beleza do meu porte.

Eu sou tão verde e minhas folhas brilham!

Perante mim, outras árvores se humilham.

Não! não pode ser essa a minha sorte.

-Senhor, Senhor, repara: Não é tempo!

E Tu vieste fora da estação.

Rogo-te, pois, desista desse intento.

Não quero minhas folhas levadas pelo vento.

Espera ao menos que passe o verão...

-Não há estação imprópria na Natureza Divina.

É tempo de produzir! É tempo de trabalhar!

Não deste fruto: Eu não te conheço.

À margem te formaste, à margem hás de secar.