Sinestesia

Na carícia do Sol de um dia de outono está o meu tato

Na maresia e na ferrugem está meu ímpeto

Sou temperatura, sou medida

Sou utilidade e vontade de ser

Na Lua me encontrei

Sou bicho noturno, sou ser soturno

Mas tenho medo do escuro

Ali onde se encontra o desconhecido

Tenho em minha imaginação uma prole numerosa

Eles levarão meu nome e memória pelas esferas dos tempos

Novamente serei tudo que já fui, num novo contexto

E muito mais

Serei da eternidade um início

Assim meu corpo será infinito, com um novo começo

Sangue, suor, lágrima e esperma

Tudo de novo

Destinado a ser livre, obstinado em minha disciplina

Estou convicto de que meu paladar sente os gostos do Universo

Pois preparo uma receita com ingredientes universais

E com esmero baseado em experiência dou de comer aos que têm fome

No fim, a visão é meu guia, e a audição entretenimento

- Os sentidos entrelaçados

Sou eu novamente em novas dimensões

Isso é o que me diz o cheiro de novos horizontes

silvio somer
Enviado por silvio somer em 05/02/2006
Reeditado em 05/02/2006
Código do texto: T108383