Estalam os dedos
Rosto sem nenhuma alegria,
Com o ranger dos dentes
Barriga vazia...
Na triste solidão…
II
Chora o menino na rua
Quase sem voz
Com olhos que o sonho não alcança
E as mãos não tocam
Não sonha, não tem esperança.
Sendo alimentado das facções, da violência.
III
Seus olhos perderam o brilho
Dentro dos dias e noites vazias
Seu sorriso morreu no olhar
Antes de nuvens coloridas
Sua palavra não sabe cantar...
Seu gesto, sua mão estendida…
IV
É noite, sonha a criança
Desprovida, de um teto,de um lar
Com leite, pão e brinquedo,
Amanhã um sono pesado
De acordar ele tem medo...
Do céu vermelho, deste mundo imperfeito…
V
Vive a criança na rua,
Jogada, largada,
Seu cobertor é o descaso
Um reflexo, um sinal
Sua vida um acaso...
O nosso esquecer…
Ângela Rodrigues Gurgel / Mirão da Estrada
Obrigada poeta por sua grandiosa parceria que enriqueceu muito os meus versos. Abraços.