501 Poetrix para ler antes do amanhecer

Ontem, 05/11/2011, no stand da Editora Livros, deu-se o lançamento da Antologia escrita por 84 poetrixtas, 501 POETRIX PARA LER ANTES DO AMANHECER. Foi organizada pelo poeta baiano Goulart Gomes, criador da Linguagem Poética POETRIX. TRIX de terceto e por um triz, não só de agilidade - linguagem minimalista que no nascedouro inspira-se nos haicais, a esses dando as asas para se desprenderem da rígida estrutura de terceto em 5/7/5 sílabas poéticas, e os libertando da temática limitada aos fenômenos da Natureza. De fato, o terceto de no máximo 30 sílabas difere do Haicai pela extensão dos versos, pela flexibilidade de estrutura, pela liberdade na temática, e de livre temporalidade - passado, presente e futuro. Diferentemente do Haicai, tem título obrigatório e não evita que o autor se projete no poema nem que recorra a sensos antropomórficos, permitindo que pedras, animais, vegetais e coisas se comportem como gente, como se fora fábula e não máquina dos crus instantâneos fotográficos sublimados pelas mentes dos poetas com as auras do fantástico. Traz em sua linguagem as características apresentadas por Italo Calvino - leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade, consistência, e acrescenta susto e semântica, herdados da poética - afinal é preciso ser faísca que estala e se instala em exíguo espaço para cumprir o seu papel de dizer o muito polissêmico em 30 sílabas - o conteúdo transborda o continente. A coisa feita que em processo vai se fazendo, que afinal a Bahia é meia anárquica, vai em busca de cânones e de padrinhos e além de Calvino encontra em Bakhtin, e em outros mais, outros tropeços - vou cantar e depois vou ver onde me encaixo - e nisso já criei e deixo assunto para outros me explicarem. A criação é sempre um caminho in_verso, sem ser um caminhão que despenca da ladeira do teórico. A teoria existe para dizer o que eu fiz e não para me dizer ou ensinar o que devo fazer. Faça como quem faz que depois do alto daquelas pirâmides a teoria te contemplará. E inexistem auras de gurus iluminados - se a obra é boa, perdura e persiste. Se não é boa é tão pequena que dela, minimalista, ninguém se lembrará.

No dizer de Goulart, o Poetrix pode ser isso: "O hai-kai é uma pérola, o poetrix é uma pílula." e isso entendo para o trix de um só, na exegese de cada qual e cada um. Em suas formas múltiplas e compartilhadas os multiplix são disrupção, sinergia, abrupção, canibalismo, catarse e catálise, num conversê de mais de um a interagirem e a se inseminarem, (ou não), pois os tais duplix, não como pílula, mas como bomba, podem até lhe matar de raiva - afinal nada tão funesto, malfadado e deletério que uma dialógica trôpega e mal-ajambrada. rs.

Na Antologia:

O Poetrix e os seus precursores - pequena história do terceto no Brasil

Uma pequena história do Haicai

O haikai no Brasil

O haikai na Bahia

Sijô: pesia coreana

Poetrix: uma proposta para o novo milênio.

Primeiro manifesto, Segundo Manifesto e Bula Poetrix

Os poetrixtas (poemas)

Biografias.

e uma linda capa que aqui vai: (imagens não disponíveis no RL)