ÀS VEZES OUÇO O SINO TOCAR...

A brisa leva seu som dolente,
Seu suave dobrar
É por mim e por toda a gente...


Ana Flor do Lácio






No largo de São Paulo, uma das mais belas praças da zona histórica de Braga, antiga cidade situada ao norte de Portugal, ergue-se um monumento a um dos primeiros arcebispos da urbe, D. João Peculiar, amigo e conselheiro de D. Afonso Henriques no conturbado período da fundação de Portugal (1142).

Foi ele quem colocou na cabeça de D. Afonso Henriques a coroa de primeiro rei de Portugal, na cerimónia que terá decorrido nas Cortes de Lamego.
Fez 14 vezes a viagem de Braga a Roma, para convencer o Papa Inocêncio II a reconhecer a D. Afonso Henriques o título de rei - o que só viria a acontecer em Maio de 1179 pelo Papa Alexandre III.
Foi o organizador do encontro do rei português, com Afonso VII de Leão e Castela, em 4 de Outubro de 1143, do qual resultou o Tratado de Zamora, que marcou a independência de Portugal.
O arcebispo D. João Peculiar faleceu em 3 de Dezembro de 1175 e foi sepultado na Sé de Braga
 
Adossada ao largo de São Paulo e integrada no edifício onde se encontra o Museu Pio XII (santuário da arte bracarense, onde se guarda o melhor conjunto de arte barroca produzida em Braga durante os reinados de D. Pedro II e D. João V), a Torre de Santiago, ou Capela da Nossa Senhora da Torre é um curioso e magnífico exemplar de rocaille
(
o termo rococó - que designa a expressão artística europeia, entre o Barroco e o Arcadismo, dotada de poesia e fantasia, procurando a graça e o charme, a surpresa e o encanto,  e que caracterizou a fase mais sedutora do Século das Luzes - teve origem na palavra francesa rocaille, que significa «concha»).
A Torre, hoje ladeada pela porta homónima, remonta ao período medieval da urbe e faz parte da muralha medieval do século XIII, reformulada após 1070, quando Braga foi restaurada.
Até à reformulação da torre, em que lhe foi acrescentada o campanário e oratório de Nossa Senhora, em ação de graças por Braga ter sido poupada ao terremoto de 1755, a passagem pelas muralhas fazia-se por dentro da torre (em L). Por aqui entravam os peregrinos que caminhavam para Santiago de Compostela, daí o nome que adquiriu.

 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 12/08/2012
Reeditado em 12/08/2012
Código do texto: T3827183
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