DESILUSÃO

I

A democracia

É um quadro vermelho

Pintado de azul

Exposto em sala sombria.

II

Os amigos,

Sementes transgênitas

Que germinam em solo cotidiano

E fenecem no caos urbano.

III

Os filhos,

Vultos no espelho

Que nos assombra, nos desgoverna, nos envaidece

E não nos deixa esquecer que o tempo passou.

IV

A boemia,

Uma amante infiel

Espalhafatosa, depravada e repressora,

Mas de cumplicidade espartana.

V

A Poesia,

Uma paixão doentia

Que se nutri de amor platônico

E se embriaga de solidão.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 29/07/2005
Código do texto: T38639