na morte serei... o fim!

Estranho, como vejo, mas a morte que a vida!

E ainda gozo os meus trinta e oito anos,

O que plantei...

Nem hereditário fui capaz de gerar.

Estranho,

Vejo mas a morte que a vida!

Como quem mais ama, vive, sonha;

Sentir é tão desnudo.

Como... ! Vejo mais a morte que a vida!

E nunca fui fiel a mim,

Há como neguei os limites,

O poeta bebe um copo e engole uma pátria!

Estranho, vejo agora mais a morte que a vida,

E das poucas mulheres que ainda deita comigo,

Só sabem de mim pela carne,

Meu espirito deita só...

Estranho...

Como a tempo a morte me era feia,

Parecia-me bicho assombrado,

“Mas o corpo não se deu ao que veio”

E aceitar a ruina é tão prazeroso...

A morte me chega tão familiar!

Estranho!

A morte me é bem valida,

Aliás, bem justa!

Morto em vida fui...

E se o que Compus eram versos,

Passei contrario cada palavra dita.

Estranho...

Agora é a morte que chamo,

Chegai...

Há um mar que desboca meu rio,

E penso em chegar sem velas...

Casa minha...

Levanta,

Levantai os lenços

Eu navego deum cais

Sem mar!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 27/06/2015
Código do texto: T5292048
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