Cera de ouvido

Um dia subo o Everest

Um dia me deito em terra

Me diluo em água

Voarei em vento

Cantarei como cigarras tardes em crepúsculos

Molharei em chuva a mata

Abrirei em frutos-flor

Cheiro de mata, cheiro de flor

Assustarei macacos com trovão

E vendo o homem, só me restará

Além de natureza morta, compaixão

Que merda!! Todos dormem

Olhem pra o alto, pra baixo e para os lados

Imaginem abelhas que não enxergam a própria colméia?

Lixo, muita quinquilharia

Produzir, consumir e depois joga tudo isso onde?

Um amontoado de coisa fora de moda

A moda que vi na revista de fofoca que baixei do meu PC

Baixei miliduzentos kbites,

Ouço o new-hit-parade-music

Sou superantenado, demorô?

E o suco azedando na geladeira

Formiga carrapatos e lesmas

Devoram minha própria comida

Que lástima.