(SEM)TIDOS***

Os pássaros cantam.

Do (ou)vido acorda o sentido

e poeta amanhece.

Verão incolor.

Repentinamente: frio

(em)cobre estação.

Pássaros (a)cordam

uma tímida cantoria

ao quase do sol.

Verão, quase tarde.

Sem(tido): o sol trás os montes

quase sem notar.

Andorinha dorme,

nada de rinha de galo

nem varinha mágica.

Um aciden(trix).

Haicai “a la” Guilherme: em cacos

torna-se poe(t)rix.

Foi por um trix que

eu não esbarrei na Poe-

(eira) preta, corvo.

Vai, poeta! ser gau(Che)

na vida. “Hay que endurecer

pero sin perder la ternura jamas!”

(Alexandre Tambelli, São Paulo, 25 de janeiro de 2008 - 15:07h).

*** Quando imaginei o título destes poetrix(s) e o conteúdo deles (minha primeira incursão nesta modalidade de escrita) tive uma idéia central: fazer com que a palavra possa trazer diferentes interpretações no próprio (com)texto onde ela está inserida.

Ao colocar este título apareceu-me pelo menos 6 (seis) possibilidades para interpreta-lo:

(sem)tidos

1 - direção, direções;

2 - sem direção;

3 - os 5 (cinco) sentidos;

4 - aspirados;

5 - sentimentos interiores;

6 - nascidos pela inspiração.

A criação também é uma Arte de ir além do sentido concreto da palavra. Pode-se criar vários caminhos possíveis de leitura de um simples Poetrix. O importante é a abstração: descobrir significados diversos para uma mesma construção poética.

Abraços e beijos, Alexandre!

Alexandre Tambelli
Enviado por Alexandre Tambelli em 25/01/2008
Reeditado em 26/01/2008
Código do texto: T832615
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