ENSAIO SOBRE A PAIXÃO
 
 
Pensamos em muitos momentos que somos os maiores,
que não sofremos quedas.
Rachamos a cara.
 
Nunca sabemos ao certo o limite do prazer,
e sem pensar fazemos coisas previsíveis:
previsivelmente perversas.
 
Entendemos que devemos viver sempre,
mas quando vivemos exclusivamente para outra pessoa,
nunca olhamos quem está do nosso lado.
 
Cegos de virtudes, não conseguimos ver os vícios dos outros.
Não escutamos quem realmente se preocupa com a gente,
e sempre pedimos para que não se intrometam em nossas vidas.
Mas sempre reclamamos
quando essas pessoas vão embora ou se cansam de nós.
 
Quando somos jovens, a liberdade passa em nossa frente
a cada minuto, a cada segundo, a cada momento.
Somos tentados a ser diferentes dos nossos pais,
e por alguns instantes essas ilusões nos cercam.
 
Entender o que realmente importa é para poucos,
é muito mais uma questão de não ser do que de ser.
 
Mas chega certo momento que uma poesia
encanta mais que uma jóia de rubi.
Que amamos mais nossas mães do que os amigos.
E que nem sempre é tarde para recomeçar,
que o valor do ser humano está muito mais em saber viver
do que não desistir nunca,
pois assim prevalece a razão.
 
Chega um momento em que ser perseverante
é fazer a coisa certa na hora certa,
e que desistir de um sonho não é tão ruim assim. 
Pois há momentos que nossos ombros não suportam.
 
Entenderemos que amar uma pessoa
está na mesma proporção de sermos amados.
E que só lá pelos terceiros ou quartos momentos difíceis
saberemos reconhecer os amigos de verdade.
 
Perder não é tão ruim. Penso que até é preciso
para que possamos valorizar os momentos de vitória.
 
Entenderemos que não somos donos de ninguém,
e nem somos objetos dos outros.
Somos pessoas, e como pessoas devemos agir.
 
Chega certas circunstâncias da vida, que mais vale um sorriso
do que uma estendida de mão,
que não precisamos de ajuda material, e sim de sentirmos úteis.
 
Saberemos diferenciar entre a utopia e os nossos sonhos,
os quais sempre foram a mesma coisa.
 
Quando um pôr do Sol brilhar mais que o Sol,
compreenderemos que não devemos perguntar o por quê.
Mas somente fechar os olhos e sentir.
 
Compreenderemos que a beleza é como falamos a verdade,
E não quando a falamos.
E que uma simples palavra pode destruir
Um castelo de ferro, concreto e ouro,
Que levamos anos a fio para construir.
 
Aprenderemos que muitas vezes somos muito mais importantes
para quem nunca vimos
do que para aquelas do nosso cotidiano.
 
Perceberemos que ficar na frente do espelho
é saber quem gostaríamos de ser,
que ficar na frente de um livro
é saber quem podemos ser,
e que ficar diante dos nossos problemas
é saber quem realmente somos.
 

21/05/2008


Aderruan de Marco

 
 
Obs.
            Fiz essa poesia pensando numa pessoa que está passando por dificuldades. Apesar de pouco contato com essa pessoa, eu a admiro com toda a sinceridade. É tudo uma questão de empatia. 
             Bem, passamos por muitos desafios em nossa vida. E muitas das vezes valoramos essas barreiras e sofrimentos. Uma perda de uma pessoa importante para um pode ter a mesma intensidade de uma doença para outro. Pessoas diferentes, problemas diferentes, efeitos diferentes. Por isso somos diferentes. Entender (não necessariamente aceitar) o outro é uma questão de querer ser entendido.
            Lidar de frente com seus problemas é uma arte, é uma ciência e é um esporte. Arte, porque requer criatividade e refinamento da alma. Ciência, porque é um processo de contínua observância. Esporte, porque a perseverança antes, a vitória depois, a satisfação, conseqüência.
            Sabedoria é necessário!
 
            Aquele Abraço!






ESPAÇO CRÍTICO!



Seu texto é de uma sabedoria que só merece elogios. A vida compreendida por você é bela. Parabéns pelo texto e pela generosidade. Abraços e muito obrigada!
Enviado por Evelyne Furtado em 03/06/2008 21:49


Olá, garoto! Muito prazer! Gostei de ler você. Sua maturidade poética é evidente. Parabéns! Fico contente quando vejo os jovens se revelando, os jovens que sabem escrever. É lindo! Um grande abraço, voltarei aqui sempre. Hull
Enviado por Claraluna em 31/05/2008 12:19
 

Parabéns cara, vc é o tipo de ser humano realmente digno de admiração, belas poesias, contos instigantes e bem humorados, estilo bastante arrojado, além de ser um estudante de direito exemplar é claro, (quanto ao fato de ser botafoguense, deixa pra lá né!) Valeu brother, tú tem um grande futuro!
Enviado por Anderson Siqueira (não autenticado*) em 29/05/2008 21:31