Despercebendo
Andei despercebendo a vida!
Que diacho, não perceber essa donzela,
Com os seus afagos de bailarina
E os mistérios de Cigana?
Que diacho correr dos seus abraços,
Dos seus beijos trôpegos,
Do festim, das danças,
Dos carros alegóricos?
Parece que um vento bisbilhoteiro
Carregou minhas essências,
E os meus bandolins.
E a canção morreu na tarde
Afogada de alecrins.
Os olhares do bem-me-quer,
Que sempre me fizeram bem,
Desprezei!
Com a arrogância dos gemidos,
Que não dei!
Talvez que exista um tempo,
De névoas no olhar,
A trave que não deixa enxergar
A maciez dos dias,
Nos olhos do amanhecer.
Talvez exista um tempo,
Que se afastou do tempo,
Feito para meditar
Os desenganos.
É quando o tempo passa
E a vida entorna,
Sem os matizes da ilusão.
Assim como a minguante,
Do coração!!!