Longo caminho de volta

Pára! Fica assim, assim mesmo, nessa posição. Não diga nada. Vou embora mesmo. Então não acene. Deixe que eu guarde só a memória do antes, não da despedida.

Durante a viagem, tentei traduzir as gotas que derramei nos seus ombros, quando, no quarto, eles eram nus; mas elas permanecem líquidas, amorfas, sem tradução ainda possível.

Chegando em casa, vou desarrumar meus sonhos, desempacotar segredos... mas isso leva um tempo...

minha mala continua fechada no corredor

e tem teu cheiro.