AMOR AO PASSO DO CAMINHAR
Ao passo do caminhar
Incitação à turra, tela sem óleo
Versos alapados soando no colchão
De pejo verde, ingênuo e ruminante.
Ao laço do bem-estar
Querendo imprescindir o gosto amargo da vida
Pouca ida, imensidão
Latrina descorada de tanto penar.
Ao passo
Nesses meses doentes, rogo e passo
Nas alamedas vazias de outros nós
Apenas um instante.
Caminhando
No convés entre pêlos e ardências
Saliências
Que o fígado emulsiona e, ao passo, emociona.
Não negue à raça o olor bendito
Menos vozes rasgarão auroras
Nestas, podem os anjos confiar
Sobretudo pela origem, sobretudo pela origem.
Mais a olhar
No nódulo almiscarado às vestes, pulhas
Nem tão rotas quanto a imensidão
Porém, lassas e infinitamente vastas.
No mais, olhar
Ao passo do caminhar
Que se tem acúleo, move a ceifar
Dotado de um desgosto mais profundo (e útil)
Que o prazer de amar.
Por essas, tem-se a satisfação do breve instar
Achacada lua a copular com a alma fria e álica
Num interlúdio qualquer, uma paixão
A singrar os corpos como prova cabal da nossa existência...
Por apenas passar
Pode, assim, navegar.