SEGREDOS DE AMOR – ENTRELINHAS NA BANDEIRA DOIS

Como num sonho em compota, vem-me o esplendor

Disfarçado de sapo em mês de estiagem, sangra pelos dentes

Amedronta com seu olhar de berinjela

Muitas vezes pude contar com ela (SIC)

Mas, na proa do sápido amor, andorinhas silvam

E fazem rufar anedota branqueadora do peito

Ó recôndito leito!

A face mais escura face à fase mais impura

Descerra-me uma matriz acolchoada - remelas nos ombros

De tanto penar; porquanto, pesar

Instante mágico, borboletear

Como se eu fosse calda como noz banhada na cal (e a vida rasa)

A olhar, de mansinho, a dona enxada – com seu resquício amanteigado no chapéu.

Sempre foi dessa forma que o vi, ó amor

Atmosfera estanque, na qual ousam mariposas e renitências

As quais urgem com o tempo – ladram onde não haja vento

Os sais que fujam!

Não haverei de locar rosto meu às indulgências terrenas

Apenas, abluir-me-ei de todo o resto

E em reclame de incesto, lançarei meu protesto

Mudo, podre, cego, roto e cheirando a verruga

Pois, ao senti-la, saberei que aquilo é vida

Que há hierarquia sórdida e devassa em forma de coração

Que, na mão, cabe como uma chuva... de prata

Mais forte que o mel a prender na mofatra

Como pontes de requeijão a me manter ereto.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 03/06/2008
Reeditado em 03/06/2008
Código do texto: T1018296
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