ESCREVO

Sorriem as flores

Não cabem nos livros, nem nas capas

Nas atas da vida, embora seguida

Férteis caminhos agudos a abrilhantar.

Sem tenras por perto, num nó em Alberto

Canto se faz ecoar – pranto à escolha dum mar

Sequioso, lindo, lúgubre e vicioso

Como a grua que lampeja atenção – desista não!

Nas coisas mais supérfluas e naus vindouras

O aço nos serve de doce... de leite... aceite

Na praia do verde, uma filha a fez febril

Por mais cantos que tenha o seu Brasil.

Laços afoitos e rasos rumam ao rio

Peito úmido – toda a façanha na mente dum clã

A procurar a vida – que a sorverá por inteiro

Como, há pouco, fiz com o amigo.

Preferível ter nó na língua que pó nas cordas

Precipícios que atam são os mesmos que o conluio aplaude

Uma salva de tiros ao mentor do mundo

Que, se não tem alma, fede mais que a gastura emanada pelo meu uísque.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/06/2008
Reeditado em 05/06/2008
Código do texto: T1021272
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