[É possível...] - III

É possível que eu ainda não saiba "Quem sou eu?". Ah, mas isso é uma pergunta muito complexa diriam alguns, e é mesmo. De uma amplidão tal como é o ser, como é ser o que sou. E se eu não fosse eu, fosse outra pessoa que, por exemplo, tivesse nascido na Somália, no Afeganistão ou na Índia...?

Chiii, difícil dizer, tem todo o processo social e físico, o inconsciente, a biologia e tudo mais... só que não é isso que vou tratar aqui e, ao mesmo tempo, também acaba sendo, porque vai repercutindo nisso tudo e nesse nadica de nada que sou ou penso ser.

O que ia dizer mesmo, é que tenho sido aos poucos, ao longo do tempo, um tempo espacial ou um espaço temporal (?), vou sendo devagar, é verdade! mas de todo modo é bom ser (nem é tão mal nem tão bom) é, apenas. Às vezes, sou de uma sutil agressividade, de uma agressiva delicadeza. Ser o que se é, talvez seja preciso um pouco de coragem, transparência. Mas é, sobretudo, um alívio.

[E, mesmo que eu não saiba ou não compreenda o que tem de mistério nisso em ser - o que se é (?) -, é sim, além de outras, um alívio.]

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 10/06/2008
Reeditado em 10/06/2008
Código do texto: T1027880