Alugue um cão escritor

Estranhos caminhos, estes que que me obrigam a viver. São tantos lugares, tantas pessoas, tanta gente me seguindo, tantas sem nome, tantas performances, que sou obrigado e continuar aquí, ainda que sozinho.

Tudo o que é bom, está fora de mim, está a 5 minutos de alcance. Menos o que sinto, porque isto, não tem como eu colocar em uma estante, e admiriar apenas quando me interessa.

Sou obrigado, além de viver, de conviver comigo mesmo, o pior crítico que eu já conheci. Eu sou o mais cruel dos meus detratores.

Eu sou existência tomada de um enfado monumental, jurando que quando eu morrer, isso terá alguma importância.

Tudo o que é bom, está fora de mim, porque eu corro como um louco, como um burro que persegue uma cenoura presa à cabeça. Eu sou a fraude em pessoa.

E por isso mesmo, tão normal quanto qualquer um.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 10/06/2008
Código do texto: T1028134