O Infiltrado

Mudei.

Mudei os móveis da sala de lugar. Esperando-te, olho o teto. Uma infiltração (tenho que falar com o vizinho). Do outro lado da sala, esse desenho era diferente, era amorfo. Desse ângulo, eu vejo, como nuvens estáticas, as bolhas da infiltração. Vejo assim: Dois corpos delineados, sendo que um deles mostra o caminho, como num convite. Vamos? O braço estendido aponta para a janela. E eu só olho. Muda.

Mudei, calada.