Futuro que flutua por aí

O vento soprava frio.Naquela tarde,o que podia se ouvir,era somente o uivar das árvores,dançando feito loucas,acompanhando o compasso do ar.

Na calçada,manchas de vinho,que não sabia nem mesmo se era barato ou caro,se fora sangue jorrado da cara ou se estava presente na tara.

Passos rápidos,correndo a esmo nas ruas sem placas,cheias de setas.

O vestido negro pesava o corpo,sapatos de lolita e aquela face de 'saia já daqui,brother'.

Entre os automóveis alucinados,ouvia-se apenas o encostar dos pneus no chão.

Cabeça-pneus-céu.

Balões coloridos caindo sobre a cidade.Desviando-se dos bicos das pombas-mendigas,que de tão famintas,confundem balão com alimento.

E perfuram,se alimentam de um futuro que flutua por aí.

Ludmilla Castro
Enviado por Ludmilla Castro em 16/06/2008
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