Futuro que flutua por aí
O vento soprava frio.Naquela tarde,o que podia se ouvir,era somente o uivar das árvores,dançando feito loucas,acompanhando o compasso do ar.
Na calçada,manchas de vinho,que não sabia nem mesmo se era barato ou caro,se fora sangue jorrado da cara ou se estava presente na tara.
Passos rápidos,correndo a esmo nas ruas sem placas,cheias de setas.
O vestido negro pesava o corpo,sapatos de lolita e aquela face de 'saia já daqui,brother'.
Entre os automóveis alucinados,ouvia-se apenas o encostar dos pneus no chão.
Cabeça-pneus-céu.
Balões coloridos caindo sobre a cidade.Desviando-se dos bicos das pombas-mendigas,que de tão famintas,confundem balão com alimento.
E perfuram,se alimentam de um futuro que flutua por aí.