Pro dia nascer feliz...

Segunda-Feira, meu dia nasceu feliz. Deus mandou uma chuva abençoada, ela caiu no telhado como música, e os pássaros em coro fazendo festa, uma sinfonia no meu quintal. Um canto que lembrava um fado, por vezes um canto de anjos. Tudo acontecendo no meu telhado, e até mesmo o corvo barulhento, lembrando uma escola de samba, consegui entrar no ritmo, depois de ter revirado meu lixo.

Sai no terraço para ouvir melhor a sinfonia e para minha surpresa o Corvo estava levando no bico meu cabide. Senti falta de alguns cabides, durante a semana, imediatamente pensei: o que essa ave quer com um cabide? Corri para não perdê-lo de vista, ele voava tranquilo com o cabide no bico, não foi muito longe. Pousou em um poste de energia elétrica, fiquei de queixo caído com o que vi.

Corvo artista, construindo sua arte, enroscando os cabides, o bico e sua plumagem negra em perfeita harmonia...O Corvo amarrando cabides, com seu doce lirismo, crá, crá, encantei-me, e lamentei não ter levado a câmera.

Mais de cinquenta cabides fizeram parte da sua obra de arte. Nem Van Gogh acreditaria no poder daquele bico.

E o dia nasceu feliz....

Sonia Lupion Ortega Wada
Enviado por Sonia Lupion Ortega Wada em 16/06/2008
Reeditado em 03/03/2023
Código do texto: T1037563
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