Seria este um pensamento pessimista?

Como dói o saber da morte, saber que os anos vividos, felicidades, conquistas, amores, cabem em sete palmos do chão, que, mais cedo ou mais tarde, sará jogado em nossos planos e ilusões a terra mais infértil do mundo.

Como é difícil aceitar que a vida é apenas um empréstimo, parcelada em tantas vezes;quando se menos espera, ela nos é tomada pelo vento, pelas nuvens, pelo solo, pela água.

Como agoniza meus pensamentos ao imaginar fim naquilo que virá a ficar inacabado por mim, sem que eu tenha escolhido isso, sem ter outra chance, sem ter sete vidas como um gato ladino.

Como devo pensar diante de tal fato? Igual a um otimista, que coloca a vida como sublime, e que cada dia é especial? Igual a um pessimista, que conta os dias como "menos um", desesperando-se e se alimentando de amargura? Ou igual a um realista, que sabe que tudo terá um final, mas não se preocupa com isso?

Como acreditar que somos livres para fazer o que quisermos, sendo que diante da soberania fúnebre, não há nada a fazer.

Saber que de certo que a vida te dará é uma cova, não é ser desanimador, é apenas ter consciência que não somos donos de si como muitos dizem...

Assis William
Enviado por Assis William em 20/06/2008
Reeditado em 01/08/2008
Código do texto: T1043085
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