Delírios de um poeta!

Sem dó ou pena

não importando ser o pai

gerando filhos no abandono, sem tetos ou no aconchego

engravidando mil palavras com sua paixão

nos seus desejos insanos, loucos !

Existindo na rocha da saudade

e dos seus precipícios, sensações inalando, abortando

abismos e céus de sua existência semeando, ramificando.

Insuflando infinitos, ultrapassando distancias

atalhos dispersos,rasgando barreiras ou galgando crepúsculos.

Sugando as próprias entranhas, jorrando a alma que sangra

bebendo silêncios, agonizando feridas

esculpindo amores, hibernando , gravitando

fermentando desejos alucinantes

no ritmo das cores e cheiro das peles

embrenhado de essências

de êxtases no vasto universo da dor ou do amor.

Nos devaneios da madrugada, o boêmio poeta

acorda os cios famintos ,devassos da carne ávida

ao sol radiante de espanto!

Adormece ternuras, semeando sublimes ilusões

colhendo loucuras únicas

sem nunca estar só .

29/01/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 29/01/2006
Reeditado em 29/01/2006
Código do texto: T105667