Evitar ou provar?

Não sei qual a explicação para estar escrevendo mais uma vez, mas bom, estou aqui. E só queria registrar que também ouvi “Slow dancing in a burning room” mais algumas vezes e em todas elas senti vontade de estar com você. Isso tudo pode parecer insano ou eu posso parecer um pouco desleal, mas preciso ser isso ao menos dessa vez, aqui (escrevendo!). Eu sei que não está certo, mas eu não quero omitir de mim mesma (e nem de você!) o fato de que o que eu mais queria agora era estar com você, beijar você, dormir do seu lado. Esbarrar em você, sabe? Sentir que você está ali, mesmo sem dizer nada, mesmo dormindo! E eu não posso, ou melhor, eu não quero definitivamente que esse momento passe sem que eu diga isso, sem que você saiba disso.

Esses últimos três dias têm sido uma tortura pra mim. E pensar que tudo começou praticamente do nada! Eu sei, eu sei que você já estava sentindo há algum tempo, desde aquela última vez que nos falamos. Eu sei. Você ficou mudo depois daquilo. E quando eu tentei me aproximar foi a gota que faltava. E veio uma enxurrada. Parece que estávamos nos evitando pra não acontecer o pior. Confesso que não estava pensando em você com freqüência, mas (meu Deus!) foi só você me dizer a primeira frase e tudo foi desmoronando. No dia seguinte eu acordei com você na cabeça e não resisti falar com você. E a cada palavra, a cada música o que acontecia era só aumentar, aumentar e aumentar. Cada dia você me fala uma coisa diferente que me desarma!

Eu sei, eu sei, tenho o dom de exagerar quando meu assunto é você. Cometo esse erro sempre. Mas não é sem motivo. Eu gosto de você! E estou sentindo isso que não sentia há muito tempo. Você sabe, essa coisa de pele, de química, de começo ou recomeço, sei lá. Essa coisa a que insistem dar nomes esquisitos e que eu gostaria apenas chamar de “eu e você”.

Em uma das muitas coisas que escrevi sobre você, eu citei que o seu movimento na minha vida era cíclico. Que você vai e você volta. Mas em todas as suas idas, em todas as vezes que eu realmente consegui deixar de pensar em você, eu declarei que seria pra sempre. E realmente me convenci de que nunca daria certo, de que você jamais seria capaz de gostar de mim de verdade, de querer ficar comigo, afinal eu não me considero uma mulher assim com tantos atrativos a você (porque somos tão diferentes!). Mas cá estou eu, equivocada ou não, não sei, mas pensando com meus botões que talvez o certo pra mim seja mesmo você, que a gente pode dar certo. Ironia do destino? Voltei a acreditar em nós? E você aqui tem seu crédito por me ajudar nisso. Definitivamente você me convence. A sua conversa é tão autêntica que me faz ridiculamente pensar que temos mesmo é que ficar juntos, que pode funcionar. (Será mesmo que a gente fica boba e cega quando está apaixonada? Apaixonada?!).

Você me confunde! Você me faz o que preciso: sentir muitas coisas ao mesmo tempo. Porque já faz algum tempo que não sinto nada. Mas voltei àquele velho pensamento meu de que as maneiras com que nos aproximamos das outras vezes é que estavam equivocadas. Maneiras opostas, extremas. Erradas! E voltei a pensar que agora sim, dessa vez vai dar certo. Que agora nos conhecemos melhor. Que agora sabemos o que queremos. Que agora... Que agora...

E de repente você aparece, com todas essas palavras, esses pedidos, essas explicações e justificativas mais do que convincentes de que seria bom. (Quem declara o que sente supondo sobre lados equilibrados e desequilibrados se não você?)

Sim, seria bom. Eu sei que seria. Mas até quando? Até quanto? Será que o que você sente não é diferente do que eu sinto? Será que o que você quer é o mesmo que eu quero? Será que estamos falando da mesma coisa? Será que eu suportaria mais uma vez? Será? Será? Não sei! Não sei ao menos o que sinto por você! Não consigo definir! Não sei como seria quando estivéssemos realmente próximos, juntos novamente! Que rumo teria? Não sei!

E também não sei se estou certa, politicamente correta, polida e ética, mas a minha maior certeza em meio a essa tempestade de sentimentos é que eu, definitivamente e ousadamente, estou sentindo algo que é inconfundível e irresistível: uma saudade enorme e uma vontade imensa de você.

PS. Prefere evitar ou vamos provar? Tim-tim!

Rúbia Mussi
Enviado por Rúbia Mussi em 30/06/2008
Reeditado em 19/02/2015
Código do texto: T1058050
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