Pequena Ode ao Bill

Hello! Bill

Príncipe das novas tecnologias

Que aproveitaste o conceito binário

De que as portas abrem-se ao endereço!

Olá sábio irmão distante

Eu revejo-me aqui numa ode triunfal

A saudar um Whitman contemporâneo

O tempo passa

E o sonho dos homens é constante

Eu que me disperso em projectos inacabados

Gabo o método com que finalizas os teus

Eu atemorizado com os “a nu” das verdades realistas

Coro com a naturalidade das tuas certezas impalpáveis

Tudo tão linear e perfeito, ó Bill!

Como se os caminhos só dependessem do brilho das estrelas

E a intensidade dessa luz fosse o transporte para o infinito

Não posso acreditar nessa verdade!

Mas é essa a mais plausível no presente

Bill!...

Que sabemos nós a mais do que o que já foi explorado?

Que suspeitas abafamos na incerta certeza do subconsciente?

Somos máquinas afinadas ao impulso pormenorizado

O estado sim a evitar o estado não ou talvez sim

Porque o não definitivo

É uma negação improvável do possível

São tantas as possibilidades!

Uma álgebra pesada de Boole atrofia-me os canais nervosos

Mas para quê pensar no assunto

Se as portas que se abrem ou se fecham

São uma passagem intermédia

Para o patamar posterior do conhecimento

Que jamais deixará

De nos entusiasmar.

Moisés Salgado