Elevação.

Pois bem, eis o cume da solidão:

o cheiro de chuva não penetra o interior da máquina, a brisa exterior esquenta o estofado, abafa a areia cristalizada, vidrada, a umidade oxida, é maresia.

As portas travadas isolam, qualquer violação denotará alarde, as luzes, covardemente, piscarão.

O intrínseco é surdo e daltônico, vácuo.

A sede de sereno racha os lábios presos, é preciso afrouxar a gravata, engolir a seco, regurgitar amargo, despadronizar, pronunciar arroto, golfar letras desconexas.

Matematicamente, três terços de dia na ampulheta.

No interior um conflito que cala, lateja pensamentos estelares de cerebelo infinito, arrepia sinistro a agonia implosiva.

Prendo-me em escombros, sufocado.

Respirar profundo amedronta, a distância é abissal. Há menção ao choro, expelir pelo couro gota única de emoção, nanométrica dose de caseiro soro.

Evaporo.

Encontro afins na estratosfera, condensados em véu de esforço sem precipitação.

Leve nuvem clara neva frustrações, pontos cruciais.

Irritado, até granizo.

Tempestade, jamais.

renato barros
Enviado por renato barros em 10/07/2008
Reeditado em 28/04/2011
Código do texto: T1074265
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