Cruzes e Corvos

I. Caminhando à noite sem saber aonde ir

Cabisbaixo, sem nenhum motivo pra sorrir

De meus amigos não recebo mais um olhar

Pois se acovardaram, em quem posso confiar?

Não olho para cima pois sei que iria ver

Por todos os lados Cruzes a me vigiar

Se não posso lutar e se não posso correr

Abrirei os braços para a morte me pegar?

Condenado - Por seguir meu coração?

Condenado - Por salvar pobre inocente?

Condenado - Por ferir Corvo opressor?

Digam o que quiserem, mas sempre fui forte e honrado

II. Indignação e fúria dominam minha mente

Ao me deparar com outra Cruz na minha frente

Pois ela é sufocante, dilacerante e ardente

Sendo cruel, vil, corrupta - deprimente

De um só golpe minha alma reluzente a faz tombar

Mas meu espírito não tem nem tempo de se alegrar

Cercado de Corvos, não tenho como escapar

E finalmente eles conseguem me capturar

Condenado - Por seguir meu coração?

Condenado - Por salvar pobre inocente?

Condenado - Por ferir Corvo opressor?

Digam o que quiserem, mas sempre fui forte e honrado

III. Amarrado queimando neste inferno

Sinto que vai acabando a minha vez

Gostaria de sair deste pesadelo

Mas minha alma incandescente cai sob meus pés

Tudo o que fiz foi lutar pela verdade

Mas só vejo Cruzes, Corvos e tolos

Pensei que ainda existia a esperança

Mas as Cruzes transformam sonhos em cinzas - Dor

Condenado - Por seguir meu coração?

Condenado - Por salvar pobre inocente?

Condenado - Por ferir Corvo opressor?

Digam o que quiserem, mas sempre fui forte e honrado

Condenado - Por seguir meu coração?

Condenado - Por salvar pobre inocente?

Condenado - Por ferir Corvo maldito?

Digam o que quiserem - Eu não me importo mais!

(Texto escrito por mim em 1995, como letra de música - da qual também criei a melodia.)

Renato Arfelli
Enviado por Renato Arfelli em 04/02/2006
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