Vamos malhar o Judas

Quanto vale uma amizade? Tem moeda, preciosidade ou algo que consiga medir o valor de uma amizade?

Erro, todos nos cometemos. E depois que inventaram a desculpa, o inferno está cheio de boas intensões.

Admito meu erro, em momento nenhum evitei a culpa. Soube o tempo todo, esse momento esta vindo a galope, porém, com qual direito me julga?

Entendo, acompanhei, como quase uma novela, essa história. Sei o quanto sofreu, e talvez o quanto sofre. Mas esbravejava a quem quisesse ouvir, não te importavas. Então, por quê agora te importa tanto?

Se faz o mesmo, se não pior, afinal, somente para você ainda existe algo. Quem é mesmo tu para me julgar? Só porque tem mais coragem de fingir que nada acontece e encarar a quem trai, sem nem mesmo rubra as bochechas.

Desculpa, mas diante dos meus erros permaneço de pé e com a cabeça erguida. Errei e ponto.

Não faz sentido esconder. Você mesmo já desconfiava, só lhe entreguei as provas e o culpado, no caso, a mim mesma. Mas vou pagar a pena, e desculpe, se como um serial killer, cruel e frio, não mostrar qualquer remorso. Não há arrependimento, não voltaria atrás, talvez teria esperado para dizer, olhando nos teus olhos. Mas pressionou, procurou e descobriu.

Caso não me absolva desse jugamento, e jurados concordarem com seu veredicto, tudo bem. No seu jugamento, há tempos em processo, também não tem muitos fatos ao teu favor.

Mas ao contrario, não preciso da tua pena, se és assim irresistível, poderia ter feito o mesmo antes. De qualquer forma, diferente de você, não te culparia. Magoaria?! Claro, afinal não tenho sangue de barata. Mas saberia, foi algo de momento e somente.

Quando um não quer, dois não brigam. Logo, pare de apontar o dedo somente para a minha cara, e passe a refletir, para quem você está fazendo essa tempestade toda. Será, talvez esse alguém, nem mereça tanto?

E nem sequer acredito, o motivo imbecil dessa discussão. Aconteceu e ponto. Não vai acontecer novamente, se é isso quer eu jure. Mas, como do mesmo jeito, talvez nunca volte a ser, desculpe mas da minha parte também não será. Pode até dizer, com qual moral posso dizer tudo. Com a moral de quem tem consciência limpa e leve. De quem também tem magoas, de quem também sentiu diversas vezes traída por ti, não por estar alguém que gostava. Mas por não estar quando precisava de ti, e não ter se importado por tantas vezes pelo o que eu sentia.

Mas, mais uma vez, quem sou para te julgar, não é? Afinal, somos todos seres humanos, com sentimentos, desejos, e podemos errar. Te desculpei tantas vezes, sem que você soubesse. Nunca espere, que façam com você, o que faz pelos outros. Faça o bem, sem olhar a quem, é o que pregam, o que você supostamente segue.

Perdoar é uma dadiva, felizes são aqueles que sabem perdoar.

Neste momento, somente o que cabe, é o que realmente acontece. Vamos malhar o Judas, ascender as tochas, queimar a bruxas, e nos eximir dos nosso erros. Eximirmos de olhar para nossa própria vida, e pedir perdão para todos os erros que cometemos, a quem magoamos, e perdoar quem possa nos ter magoado.

Vamos malhar o Judas! Afinal, é mais fácil, do que ter de olhar para nossos próprios umbigos.