O Meu oculto ser
Ao ser indagado,
Respondeu em rouca voz:
Senti fome de amor,
Me alimentaste com a dor;
Senti vontade das
Cores da vida,
Ofereceste apenas a saudade, despedida;
Aos sentir frio, percebir estar despido de calma;
Para sobreviver,
Naufraguei diversas vezes
Nas lágrimas de tua alma;
Fui obrigado a invocar
No ventre do fogo interior,
Perdições intensas,
Sofrer os danos
da chama da paixão,
Procurando não me pertencer
Vivendo apenas a ilusão...
Mas ontem, ao olhar
Maravilhosa e solitária flor,
Ouvi a tua voz,
Percebendo o crescente
Sentimento colorido de amor,
existente em tuas singelas pétalas...
Então, a tristeza daquele momento,
Suavemente transformou em aroma,
Suspenso, foi levemente
Consumido pelo frescor amável,
Da mágica imutável,
ao luar da madrugada,
Deixando de sangrar a mágoa,
Refrescando novamente nas bolhas reluzentes dágua,
O nosso partilhado e intenso sonho em poesia....