TOTEM DE MUNDO VIRGEM
Há tempos que nele páro.Percebo a militância anti-romântica em seu porte.Re-páro.
Fito atentamente a poesia persistindo em não lho sair. Reflito.
Há um mais de não sei mais nos pensamentos meus, pois não me permitem a mim abandoná-lo à sombra dos meros anseios mortais.
É esquecível meu muso.
Não há nele melifluidade, madurez, olhos de ressaca.
Inexiste, decerto, tristeza exata.Só tédio- melodia não transformada.
Entretanto, me teima mente adentro este totem de mundo virgem. Um colosso vicioso aglomerando o opaco das virtudes.
Este muso que nada me traz e nem em prosa se faz.
Miro-o.Penso haver algo de charme.Re-miro.
-Quimera minha!
Não há nele, ó céus, nada para me apegar além da beleza- beleza dos dez minutos- e ,contudo, nego-me a lho apagar!
Me teima mente adentro este totem de mundo virgem que não me faz sequer emergir da cabeça uma rima, um verbete clássico , vontade de neologismar. Assim, não me valho de qualquer bem querer ao querê-lo, de nenhum bel –prazer aprazível, plausível ao revê-lo: essa verticalização sem sentido de culturas vazias invadindo-me o peito.
E o Saber? Tê-lo corrompido no simples ver!
Seus olhos iguais, virgens, banais permeando-me o cerne d’alma faz-me a mim querer ser dos seus adoradores uma a mais,e,assim preferir retê-lo esquecível entre os demais a não mais tê-lo , totem de mundo virgem, e lamentar-me para sempre desde o alto do recôndito dos imortais.