Resolvendo pedacinhos
Há dias que tantas são as idéais
que nos passam pela cabeça!
Tantos problemas para se resolver,
Que acaba ficando difícil
concentrar-se em apenas um.
São nesses momentos que escrevo
um a um em um papelzinho à parte.
Assim me vejo forçada a separá-los,
Cada idéia, cada pensamento,
completamente isolado.
Olha que beleza!
Parecem nem fazer parte da minha vida.
São como gotas de chuvas
espalhadas sobre a grama.
Fico a olhar para cada um desses papeizinhos,
e brinco com eles.
Separo-os: ou por ordem alfabética,
ou pelo tamanho da palavra.
Fica até muito divertido.
Quando me dou conta,
já se passou algum tempo,
E cá estou eu, a revirar meus problemas,
como se nem fossem meus!
Transformo-os em brinquedos.
Quebra cabeças da vida!
Divirto-me, dou risadas.
Assim, percebo que aquilo que nos faz chorar,
Pode também nos fazer sorrir.
Tudo depende do ângulo e
da forma como lidamos com as coisas.
Parou, parou,
Parou tudo!
Hora de resolver.
A sessão gazetinha já acabou.
Aliviou, agora vamos à luta.
Dobro todos os papeizinhos,
Jogo todos para cima
e pego somente um.
Apenas um!
Assim como um sorteio.
O primeiro que cair nas mãos,
será o premiado.
Será o primeiro a ser pensado,
E decididamente resolvido.
Concentração Dona Gaivota,
Hora de resolver.
Concentração...Vamos lá!
Depois disto feito,
é só voltar para os outros,
Os que ficaram para trás.
Aqueles que não caíram nas mãos,
Os que ficaram no chão,
Que ficaram tão pequeninos
quando dobrados.
Jogo tudo para o alto novamente
e pego o primeiro que vier em minha direção.
Ele será o próximo.
Vem probleminha.
Vem!
Cai aqui na minha mão!
Oras, mas não era para ser sério?
Sim... e assim é!
E o tempo do verbo
não é no passado?
É,
No presente.
Um a um.
Um de cada vez!
Separado, sorteado,
premiado.
E resolvido.
Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/Sp
23/08/05
Poema selecionado e Publicado no 21º Volume da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Setembro de 2005.
Publicação da Câmara Brasileira de Jovens Escritores