Aquário do Ser

Mendigos,

sem querer atores

dos palcos de descasos e misérias

Escravos da autoria da ambição

Filhos do desinteresse

Bandeira de aproveitadores

com planos e enganos que não saem do papel

Pobres,

figurantes do cotidiano

que tem a vida podada a gosto de porcarias

Com sentimentos abafados

vivendo num refrão de faltas e lágrimas

Objetos de uso de desejos de poderosos camuflados

Vida,

asilo de condenados

Cena armada de curiosidades

que impõe receios e medos o bem e o mal

Luzes não refletem no túnel do refúgio

e escravos de fantasmas vivem

no presente o mesmo que foi no passado

Vida... Pena a ser cumprida

Prólogo de almas endividadas e torpes

a caminho do fim

com a morte desde o inicio

já pré-programada...

Orlando Miranda
Enviado por Orlando Miranda em 11/02/2006
Reeditado em 11/02/2006
Código do texto: T110567