Lua infame,

Que se desnuda incólume

Perante os espasmos da minha dor.

Por que ofertas a mim;

Teu sorriso opaco?

Enquanto com desassossego

Umedeço-me,

No mormaço suarento do clamor.

Até onde vai teu cinismo?

Este adereço,

Preso na escuridão do meu dia.

O momento aflito

E a nostalgia.

Os passos perdidos

Na esquina da indecisão.

Quando então à noite,

Fiz poesia para você.