GANHE DINHEIRO NUM CASSINO!
Ganhe dinheiro num cassino; perca a essência da vida
Rume a prosa para alhures
Bata firmemente as asas ao vento - até o sol
Prime pela paz em companhia da volúpia
É o teu “eu” rasgado e obcecado: mufla nele!
(a mil e duzentos, nada restará).
Ganhe dinheiro num cassino; perca o gozo do mel
Ouse abluir-se com água fria; esconda-se do espelho
Pule as cordinhas que segregam pobres e brancos
A amoitar a ressequida tez, use argamassa
(tua veracidade será banho de espuma com calda de jaca)
Será pouco desperdiçar fecundas manhãs – vá-te!
Ganhe dinheiro num cassino; evolua, inche, torne-se cio
Como lontras desgovernadas, chore!
Terás todas as mansões celestes se se esquivares da ganância
Sua chuva não lhe penderá ácida se o caldo for espesso
Faça-o, mas o faça inadvertidamente!
Não arfe, nem um dia, no mingau evaporado.
Ganhe dinheiro num cassino:
É a sua chance!
Dizem que se poderá ostentar uns mil e duzentos!
Olvide daquela essência, toda casta e mal paga
Mergulhe, à ufa, no sentimento verde e amarelo (e amarelo)
Deixe a poesia com seus versos tolos para os ricos de alma.