GANHE DINHEIRO NUM CASSINO!

Ganhe dinheiro num cassino; perca a essência da vida

Rume a prosa para alhures

Bata firmemente as asas ao vento - até o sol

Prime pela paz em companhia da volúpia

É o teu “eu” rasgado e obcecado: mufla nele!

(a mil e duzentos, nada restará).

Ganhe dinheiro num cassino; perca o gozo do mel

Ouse abluir-se com água fria; esconda-se do espelho

Pule as cordinhas que segregam pobres e brancos

A amoitar a ressequida tez, use argamassa

(tua veracidade será banho de espuma com calda de jaca)

Será pouco desperdiçar fecundas manhãs – vá-te!

Ganhe dinheiro num cassino; evolua, inche, torne-se cio

Como lontras desgovernadas, chore!

Terás todas as mansões celestes se se esquivares da ganância

Sua chuva não lhe penderá ácida se o caldo for espesso

Faça-o, mas o faça inadvertidamente!

Não arfe, nem um dia, no mingau evaporado.

Ganhe dinheiro num cassino:

É a sua chance!

Dizem que se poderá ostentar uns mil e duzentos!

Olvide daquela essência, toda casta e mal paga

Mergulhe, à ufa, no sentimento verde e amarelo (e amarelo)

Deixe a poesia com seus versos tolos para os ricos de alma.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/08/2008
Reeditado em 07/08/2008
Código do texto: T1117506
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