O CHEIRO DA MORTE.

Se o branco fosse cheiro e não cor.

A morte por certo teria o cheiro da brancura dos jalecos de enfermeiros e dos doutores céleres, urgentes, buscando a vida nos corredores encharcado de gentes, nas emergências.

Se não é branco o cheiro da morte!

Por que, então, cambiaram o branco das paredes hospitalares, por outra cor?

Azul, não é!

Porquanto o céu fica negro aos olhos daquele de ver o ser amado partir aninhado nos braços da morte.

Verde é a assim idealizada a esperança, todavia, na expectativa do fim o verde trás consigo algo do olor da aproximação do termo, que se exala pelo icor.

Rubro é a cor da vida navegando, corrente, pelas artérias.

E enquanto o sangue girar nas veias vermelho vivo, será assim a vida –Deixando espargir de si o perfume de suas ações.

Todavia é esse, vermelho vida, que, também, traduz em odor o perfume da dor.

Por conseguinte não teria, tu morte, ao subtrair o ente querido, outro aroma, senão o cheiro rubro e negro que, somente se faz sentir pelo destilar da tristeza, exalando-se lágrima a lágrima, na tão sentida hora da partida, particular ao que ama e aqui fica sob os efeitos dessa emanação.

Assim definindo-se o teu perfume em cor.

O teu cheiro morte, é Rubro-negro!

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 12/08/2008
Reeditado em 13/08/2008
Código do texto: T1124644
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