Anotações  do  calvário


A natureza,   ferida,  chora
ante  a  sordidez  da  injustiça.
As  lágrimas  do  calvário
oceanizam  o trajeto da cruz.
O  céu move-se  chuvarento,
lava  a culpa? e  a  turba.
O tempo  fecha,  funéreo,
sinos tangem  de  medo
no  turvo  cenário  da  dor.
Na  personalidade  ambígua,
queima o beijo  da  traição.
Remorsos,  punhais  em risos,
depois   a  forca  incisiva, para
em  humilhante  nudez  e
sem  trinta  ambições, descer
ao túmulo do arrependimento
pela  primeira e última vez.
jray
Enviado por jray em 12/08/2008
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